Atlético-MG avalia abertura de capital na bolsa para impulsionar SAF

Atlético-MG e a Busca por Novos Horizontes Financeiros

O proprietário do Atlético-MG revelou estar explorando alternativas para atrair recursos para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. Rubens Menin destacou a possibilidade de abrir o capital do Galo na bolsa de valores como uma perspectiva promissora. Ele enfatizou que acompanha de perto as transformações no cenário do futebol mundial e que os negócios envolvendo as SAFs representam um caminho sem volta.

Menin expressou otimismo em relação ao futuro do futebol brasileiro e sua capacidade de competir em nível global. Ele acredita que o país tem perdido terreno, mas demonstra confiança no crescimento dos últimos anos. O objetivo é impulsionar o engajamento e a visibilidade da competição em escala mundial.

Investimentos e Estrutura da SAF do Atlético-MG

No momento da venda oficial do clube para Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, o grupo denominado Galo Holding realizou um aporte inicial de R$ 913 milhões. Após a dedução da dívida da Arena MRV, o montante destinado ao futebol do clube foi de R$ 400 milhões.

Durante o ano anterior, Daniel Vorcado efetuou um investimento adicional de R$ 200 milhões, que foi direcionado tanto para o futebol quanto para o abatimento de dívidas. A atual composição acionária da Galo Holding é a seguinte:

• 2R Holding SAF (Rubens Menin e Rafael Menin) - 55,74%
• FIP Galo Forte (Daniel Vorcaro) - 26,88%
• Ricardo Guimarães - 8,43%
• FIGA (Renato Salvador e outros) - 8,96%

É importante ressaltar que essas porcentagens representam 100% do CNPJ da Galo Holding, que detém 75% da SAF. A associação mantém os 25% restantes da SAF do clube.

O Desafio Financeiro e a Busca por Soluções

O Atlético-MG divulgou, no início deste ano, uma atualização da dívida do clube, indicando um aumento de R$ 90 milhões em 2024, conforme projeção do balanço do ano anterior, que ainda passará por auditoria. Atualmente, o clube acumula uma dívida de R$ 1,4 bilhão, sem um plano definitivo para sua completa quitação.

Esse aumento leva em consideração valores bancários, o PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) e o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). A dívida da Arena MRV foi o único fator que, de acordo com a projeção, apresentará uma diminuição no valor.

Menin Acredita no Potencial do Futebol Brasileiro

Na visão do proprietário do clube, esses avanços podem ser cruciais para atrair mais investimentos para as equipes. Ele expressou sua opinião sobre a competitividade do cenário futebolístico nacional: "O Campeonato Brasileiro deste ano não tem um favorito. Antes tinha um time, dois times, mas hoje tem uma série. Espero que a gente seja um deles, mas é difícil. Então acho que o futebol brasileiro, dos campeonatos mundiais, é o que vai ter mais clássico. Mais do que na Alemanha, na Inglaterra. Então acho que a gente tem que ocupar esse espaço. Isso vai voltar em investimentos para a gente."

Além disso, Menin enfatizou a importância do trabalho de base nos clubes e da retenção de talentos. Ele ressaltou a necessidade de recursos financeiros e saudou os investimentos proporcionados pelas SAFs: "Temos que trabalhar muito ainda as bases dos clubes, tentar manter mais os jogadores. E precisamos de dinheiro. Toda vez que vier um investimento, que a SAF's estão propiciando isso, é muito bem-vindo."

Abertura de Capital: Uma Nova Era para o Atlético-MG?

Ao abordar a possibilidade de abrir o capital do clube na bolsa de valores, Menin demonstrou entusiasmo: "Eu fico feliz de ter essa oportunidade (de abrir o capital na bolsa de valores). Há cinco anos você não tinha essa oportunidade. O que está acontecendo no esporte no mundo é um negócio diferente. Acho que isso veio para ficar. A gente tem que trabalhar muito para o futebol brasileiro chegar onde a gente quer que chegue. Nós perdemos muito espaço. Acho que estamos crescendo nos últimos anos."

Menin almeja que o Atlético dispute o título com garra, repetindo os feitos de 2020 e 2021, e que os dirigentes do futebol nacional consigam envolver o público e ampliar a projeção da competição no mundo.